Qui, 23 de Maio de 2013 22:58 Raphael Alves
Nesta
quinta-feira (23) foi aberto o “II Seminário Direito Achado na Rua:
Direitos Humanos no Acesso à Justiça”, promovido pela Escola Superior da
Magistratura do Amazonas (Esmam), no auditório do Fórum Ministro Henoch
Reis. O Seminário segue com programação nesta sexta-feira (24) e terá
seu encerramento no sábado (25).
O
primeiro palestrante do II Seminário “Direito Achado na Rua”, Doutor em
Direito, Estado e Constituição pela Universidade de Brasília (Unb),
José Geraldo
de Sousa Junior, afirmou nesta quinta-feira (23), que “os direitos são
declarados institucionalmente pelo Estado e seus órgãos, mas quem cria o
Direito é a sociedade”.
José Geraldo de Sousa
Junior - que também é coordenador do projeto “O Direito Achado na Rua” e
foi reitor da Universidade de Brasília (UnB) -, defende que o Direito
pode se manifestar por meio de normas, mas ele tem que representar a
legítima organização social da liberdade. Ele acredita que o Direito
ensinado hoje nas universidades concentra seu conhecimento na ciência,
com elementos que ainda aprisionam, quando deveria promover democracia e
liberdade. A conferência do professor teve como tema "Direitos Humanos:
a construção social do Direito".
“A cientificidade
surge como uma forma de legitimação do conhecimento e, ao fazê-lo, ela
opera uma redução”. O professor afirma que a ciência é um modo de
conhecer, mas há também outros modos de adquirir conhecimento, não se
restringindo ao científico. A religião foi colocada pelo palestrante
como exemplo de conhecimento não científico.
O
coordenador do projeto “O Direito Achado na Rua” enfatizou que
“enquanto não se constituir uma justiça em que você possa distribuir de
acordo com o trabalho e as necessidades, ela não se realizará”. José
Geraldo de Sousa Junior terminou seu discurso destacando que o Direito
tem que realizar justiça.
Em seguida, teve
início o debate sobre a palestra, com o professor do Instituto Berthier
(RS), Conselheiro do Movimento Nacional de Direitos Humanos e líder do
projeto de pesquisa “Fundamentação Filosófica dos Direitos Humanos”, o
convidado Paulo César Carbonari.
"A questão principal
que nos provoca no discurso do professor é: onde está o que vale a pena?
Nosso desafio é construir espaços. Alguns traduzem isso para
democracia. A questão que deve nos ativar e manter-nos em ação é a
abertura para o debate. O desafio é mais profundo do que produzir
alternativas”, disse Carbonari.
Representantes
de classes e dirigentes comunitários que estavam presentes na palestra
fizeram questionamentos ao palestrante José Geraldo Junior.
O líder indígena,
Paulo Apurinã, também fez sua colocação. “Queremos o reconhecimento do
Estado que nos esqueceu durante 400 anos, nos matou e dizimou. A lei é
dura, mas não pode ser estática. Tem que existir mudanças e revisão de
conceitos”.
Paulo Apurinã disse que não existe uma só nação, como aprendem no curso de Direito. “O Amazonas tem 64 nações diferentes, mais de 40 línguas são ainda faladas. Essa pele morena e olho puxado não vieram da Inglaterra, e sim de nações originárias. Nós queremos o reconhecimento do Estado”, finalizou.
Paulo Apurinã disse que não existe uma só nação, como aprendem no curso de Direito. “O Amazonas tem 64 nações diferentes, mais de 40 línguas são ainda faladas. Essa pele morena e olho puxado não vieram da Inglaterra, e sim de nações originárias. Nós queremos o reconhecimento do Estado”, finalizou.
Outros acadêmicos de Direito debateram assuntos sobre a palestra com os convidados e o primeiro dia do evento foi encerrado.
II Seminário de “Direito Achado na Rua”
Nesta
quinta-feira (23), a abertura do II Seminário foi presidida pelo
presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), desembargador Ari
Jorge Moutinho da Costa, que reforçou sobre o papel enaltecedor da
Escola Superior da Magistratura do Amazonas (Esmam), que trabalha
incessantemente para a atualização e o aperfeiçoamento de magistrados,
advogados e todos os operadores do Direito e da justiça do Amazonas.
A organização do
evento tem o apoio da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas
(Aleam), através da Escola do Legislativo, com a colaboração do titular
da Vara de Execução Penal da Comarca de Manaus, juiz de Direito Luis
Carlos Valois, e da professora Valdirene Daufemback, da Universidade de
Brasília (UnB).
Compondo a mesa de
honra da solenidade de abertura, estavam também presentes a coordenadora
da Escola da Magistratura, juíza de Direito Lúcia Viana, e o juiz de
Direito Luiz Carlos Valois, que é o idealizador do seminário e
participará como debatedor no tema "Direito, criminalização e
seletividade penal", nesta sexta-feira (24).
* Giselle Campello
Da Divisão de Imprensa e Divulgação do TJAM
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