A Unesco reconheceu
nesta sexta-feira Frei Betto com o Prêmio José Martí 2013 por sua "contribuição
à construção de uma cultura de paz universal e a justiça social e os direitos
humanos na América Latina e no Caribe". A diretora geral da Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) escolheu Frei
Betto - cujo nome completo é Carlos Alberto Libânio Christo - por recomendação
de um júri internacional, informou em comunicado a organização com sede em
Paris. "Frei Betto (Belo Horizonte, 1944) foi eleito por seu trabalho como
educador, escritor e teólogo, por sua oposição a todas as formas de
discriminação, injustiça e exclusão e por sua promoção da cultura de paz e os
direitos humanos", detalhou a Unesco. O premiado, autor de mais de 50 livros
traduzidos para vários idiomas, ingressou na ordem dos dominicanos aos 20 anos
de idade, quando estudava jornalismo. Durante a ditadura militar, o mineiro
foi preso duas vezes, a primeira em 1964, que o levou a deixar a universidade, e
a segunda entre 1969 e 1973, por colaborador com a organização guerrilheira Ação
Libertadora Nacional (ALN), que dirigia Carlos Marighella. Quando recuperou a
liberdade, trabalhou durante cinco anos em uma favela da cidade de
Vitoria. Durante a década dos anos 1980, foi consultor sobre as relações
Igreja-Estado de vários países como Nicarágua, Cuba, China, União Soviética,
Polônia e Tchecoslováquia e na década seguinte integrou o conselho da Fundação
Sueca de Direitos Humanos. Adepto à Teologia da Libertação e militante de
movimentos pastorais e sociais, foi assessor especial do ex-presidente Lula,
entre 2003 e 2004 e foi coordenador de Mobilização Social do programa "Fome
Zero". O prêmio José Martí, criado em 1994, reconhece "contribuições
extraordinárias de organizações e de indivíduos à unidade e a integração da
América Latina e do Caribe baseada no respeito das tradições culturais e nos
valores humanistas". A cerimônia de entrega do prêmio vai acontecer no dia 30
em Havana, durante a terceira Conferência Internacional pelo Equilíbrio do
Mundo, realizado na capital cubana de 28 a 30 de janeiro e marca o 160º
aniversário do nascimento de José Martí. O último vencedor do prêmio foi o
analista político argentino Atilio Alberto Borón, por sua contribuição à unidade
e integração dos países da América Latina e do Caribe e por sua contribuição ao
estudo e a promoção do pensamento do apóstolo da independência de Cuba, concluiu
a Unesco.
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