Há uma profunda transgressão em descentralizar a Universidade de sua espacialidade concreta, movendo o foco para relações que não apenas a constituem, mas fazem dela parte integrante do tecido social que, ainda hoje, insistimos em chamar de contexto. Mas, na verdade, a distinção entre o interno e externo da Universidade é apenas mais uma forma de legitimar a apropriação do conhecimento pelo pensamento único.
Invocar a extensão como centro desse movimento transgressor não é puro acaso: a extensão popular nasce como uma reivindicação pela descolonização do pensamento, por uma política onde os movimentos sociais tenham centralidade e por um conhecimento onde as identidades que habitam o sul global não sejam concessões de identidades forjadas para legitimar narrativas hegemônicas, por um conhecimento onde o horizonte intelectual que determina as perguntas que devem ser feitas a realidade não seja uma reprodução da maneira narcisista de pensar europeia; essa mesma maneira que faz com que o modelo de universidade a ser perseguido não seja uma instituição construída pela e por uma ideia radical de democracia, mas um modelo cujos principais indicadores de "excelência" são pautados pela produtividade e pela capacidade em se transformar em mercadoria.
Recentemente, as estudantes da 91ª turma da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília tomaram a decisão política de homenagear quem é constantemente apresentado e construído como externo à Universidade: a comunidade.
Para alguns, uma decisão singela, mas simbolicamente poderosa: dentro de um ritual que constantemente elege como homenageados homens brancos e engravatados que pouco contribuem para avançar um pensamento critico, escolheu-se uma mulher. Uma mulher que se diz simples, militante dos direitos das mulheres, moradora da Ceilândia. Para quem tem a oportunidade de aprender e construir com ela, uma líder comunitária, uma feminista que faz da sua voz a reverberação de tantas outras. Magnólia é uma Promotora Legal Popular, e desde 2005 tem atuado ativamente na luta pelos direitos das mulheres. Um reconhecimento devido e necessário para quem a quase dez anos contribui para uma educação popular e para construção de uma Universidade e sociedade feministas.
Acima, você pode conferir o vídeo com a mensagem da Magnólia às formandas e formandos.
Observação: a formatura da 91ª turma da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília ocorreu em setembro de 2013, e a mensagem foi gravada em outubro do mesmo ano.
Para alguns, uma decisão singela, mas simbolicamente poderosa: dentro de um ritual que constantemente elege como homenageados homens brancos e engravatados que pouco contribuem para avançar um pensamento critico, escolheu-se uma mulher. Uma mulher que se diz simples, militante dos direitos das mulheres, moradora da Ceilândia. Para quem tem a oportunidade de aprender e construir com ela, uma líder comunitária, uma feminista que faz da sua voz a reverberação de tantas outras. Magnólia é uma Promotora Legal Popular, e desde 2005 tem atuado ativamente na luta pelos direitos das mulheres. Um reconhecimento devido e necessário para quem a quase dez anos contribui para uma educação popular e para construção de uma Universidade e sociedade feministas.
Acima, você pode conferir o vídeo com a mensagem da Magnólia às formandas e formandos.
Observação: a formatura da 91ª turma da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília ocorreu em setembro de 2013, e a mensagem foi gravada em outubro do mesmo ano.
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