quinta-feira, 28 de junho de 2018

O Brasil no topo das discriminações


                                                                                                           Foto: Mídia Ninja

Por Luanna Marley**
Em 28/06/2018

São 40 anos de luta LGBTI+. Esta foi uma das primeiras coisas que vieram na minha cabeça no dia de hoje - dia do Orgulho LGBTI. Os tempos são de uma sociedade do ódio, de política de extermínio por parte do Estado e aqui no Brasil, também, tempos de #Golpe. A materialização das violências contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersex, se apresentam nas cotidianas e assustadoras notícias de LGBTIfobia e também em números: somente entre 2014 e 2017, foram registrados 126 assassinatos de lésbicas no país (Dossiê sobre Lesbocídio); 179 pessoas Trans e Travestis foram assassinadas (Relatório da ANTRA). O que coloca o Brasil no topo do mundo em matéria de assassinato de LGBTI´s.
Somos uma revoltante estatística nos mapas das mortes.
A forma que o Estado brasileiro tem enfrentado estas questões são em políticas de ausencias, proibições e revogações de direitos - ou seja, sem orçamento, sem ações efetivas, sem garantias de direitos LGBTI na ordem da agenda politica, além das retiradas e proibições legislativas acerca do trabalho de gênero e sexualidade nas Escolas.
Entretanto, em meio a este cenário, criamos fissuras neste sistema. O orgulho, a visibilidade, nossa organização política e a resistencias se apresentam como interpelações ao mundo, mas principalmente, como Luta. Sim, temos que celebrar e reafirmar nosso Orgulho LGBTI+, somos mobilizadas/os/es por nossa forma arco-íris de ser - sermos - estarmos...existirmos! Faz todo sentido celebrar, pois também somos primavera e cultivamos este jardim precioso e que nos inspira: são os jardins de Luana (SP), Marielle (RJ), Dandara (CE), Katiane (DF), Matheusa (RJ)...dentre tantas outras.
Sim, celebremos o Orgulho LGBTI. O orgulho de sermos Resistências multicolores!

**Luanna Marley
Advogada popular
​Integrante da Rede Nacional de Advogadas e Advogados Populares
Mestranda em Direitos Humanos e Cidadania (UnB)
Pesquisadora do Núcleo sobre Estudos de Diversidade Sexual e Gênero (NEDIG/CEAM -UnB)

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