Por Adriana
Nogueira Vieira Lima,
Professora da
UEFS e Autora do livro;
Membro dos
Grupos de Pesquisa "O Direito achado na Rua (UnB) e Lugar Comum
(UFBA).
O dia 03 de agosto de
2019 começou cedo, com o carro de som percorrendo as ruas, vielas e becos de
Saramandaia, convidando os moradores para o lançamento do Livro. A Escola
Marisa Baqueiro Costa, primeiro equipamento público do Bairro, conquistado
através luta da Associação Beneficente das Senhoras de Saramandaia, foi
escolhido para sediar o evento.
Ao
longo do dia, esse espaço foi sendo cuidadosamente transformado em lugar de
festa e partilha do comum. Arranjos de
flores, toalhas coloridas, equipamento de som, café, suco, frutas e
bolos compunham a mística, cuidadosamente preparada pela Diretora da Escola e
pela família de Sr. Armandio, grande liderança do Bairro, que faleceu este ano
e cujas falas compõem as narrativas que conferem vida à obra lançada.
Os convidados foram
chegando aos poucos. Alguns mais desconfiados, outros mais à vontade. A
tecnologia permitiu que os ausentes se tornassem presentes, "através de
espírito e coração", como afirmou irmã Paula, no vídeo enviado a partir do
Mosteiro de Santa Sé do Sul. Para ela, o Livro serviu como um dispositivo de
memória que lhe fez lembrar "a
garra e a coragem dos moradores na luta para a construção do Bairro,
reivindicação de direitos e construção da cidadania".
Sonho, recordação, vivência compartilhada, luta e visibilidade foram as palavras acionadas pelos presentes (professoras, agentes de saúde, diretora do posto médico, artistas do bairro, moradores, comerciantes, representantes de instituições atuantes no Bairro - Associação de Moradores de Saramandaia, Grupo Arte Consciente, Balanço das Latas Brasil, Conselho de Moradores, Liga Esportiva de Futebol, Paróquias, Igrejas Evangélicas, Batista, etc.) para fazer referência à obra lançada.
O evento seguiu marcado
por reencontros entre três gerações - uma condensação de tempos em um pequeno
espaço de sala de aula. O lançamento do Livro comportava-se com pretexto para
produção de novas narrativas, e a obra se confundia com a realidade. As falas
orgulhosas em transformar "lama em cidade", tecidas pelas lideranças
da primeira geração, eram enlaçadas por
repertórios discursivos lançados pelos jovens presentes, que transversalizaram
a conquista do território pelas dimensões de gênero e raça, projetando novos
desejos e aspirações.
Os discursos foram atravessados pela arte, em forma de poesia e canções de autoria dos artistas do Bairro, e também por homenagens à autora, à Diretora da Escola Marisa Baqueiro, professora Joseana Rocha, e ao cinegrafista Lúcio Lima, produtor do documentário Retalho: a memória de Saramandaia.
O último comentário
sobre o Livro não foi feito através de palavras, mas pela entrega de uma tela
grafitada pelo artista plástico Tito Lama. Neste momento, em que o país está
marcado pelo ódio tóxico que se infiltra no nosso cotidiano, a arte subverte,
materializando a luta pela moradia em uma tela que transpira oxigênio e emoção
terna.
Assim, o Livro,
resultado de uma tese de doutorado defendida na Universidade Federal da Bahia,
que busca analisar a produção e (des) construção dos direitos urbanos em suas
diversas escalas, sob orientação da
professora Ana Fernandes, comporta-se como obra viva e utopia compartilhada,
que rompe os muros da academia e é reapropriada pelos "sujeitos coletivos
de direito", no dizer do professor José Geraldo Sousa Júnior, fazendo crer
que vale a pena produzir uma ciência militante e afetada pelo ser, fazer e
saber, como nos propõe o jurista Roberto Lyra Filho.
Saramandaia memoria real, eu tive a honra de estar ao lado dessa escritora meiga, Adriana Nogueira, vivo nesse bairro a 35 anos e vi de perto as lutas e vitorias conquistadas por lutadores do bairro, principalmente o meu pai seu Armandio que hoje não está presente mas as suas atitudes e coragem fez com que hoje Saramandaia conquistasse o seu espaço.
ResponderExcluirFaço parte dessa comunidade e me orgulho em ver a minha querida Saramandaia, crescendo e evoluindo a cada dia.
ResponderExcluirOlá Que trabalho milagroso de grande Amiso, eu sou Jose Nuno, minha esposa me deixou porque tenho câncer no corpo, então enviei um email para o Dr.Amiso e explico tudo para ele, ele cura a doença e devolve minha esposa de volta para mim , eu também disse ao meu amigo Ferrao, que sua esposa está se divorciando em três dias, ele também entrou em contato com o Dr.Amiso, espera e vê sua esposa ligar para o advogado 2 dias antes do terceiro dia de assinar o documento de divórcio e disse que ela é Para não se divorciar do marido novamente, ele deve parar e pesquisar todos os documentos sobre a questão do divórcio, acredite: agora eles estão vivendo felizes como nunca antes. caso você esteja passando por um problema conjugal, entre em contato com Dr.Amiso pelo herbalisthome01@gmail.com
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