O Direito Achado na Rua: nossa conquista é do tamanho da nossa luta

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

PLP-TD é o vencedor da categoria Cidadã do 5º Prêmio Anamatra de Direitos Humanos

Judith Karine Cavalcanti Santos, professora da Universidade Católica e membro do Grupo de Pesquisa O Direito Achado na Rua é a coordenadora do Projeto premiado
PLP-TD é o vencedor da categoria Cidadã do 5º Prêmio Anamatra de Direitos Humanos.
 
O projeto Promotoras Legais Populares pelo Trabalho Doméstico Decente - PLP-TD, projeto de extensão da Universidade Católica de Brasília, é o vencedor da categoria Cidadã do Prêmio Anamatra de Direitos Humanos 2012.

A equipe agradece a todas as pessoas que contribuíram direta ou indiretamente na construção e execução do projeto e dedica o prêmio a todas as trabalhadoras domésticas do Brasil, especialmente às mulheres lutadoras da Cidade Estrutural, que conosco compartilham saberes! Que essas mulheres sejam sempre lembradas por construírem um país mais justo e efetivamente democrático!

Atenciosamente,
Equipe do Promotoras Legais Populares pelo Trabalho Doméstico Decente - PLP-TD

Mais informações:


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Projeto:  Promotoras Legais Populares pelo Trabalho Doméstico Decente (PLP-TD).
O PLP-TD é um projeto de extensão ligado ao curso de Direito da Universidade Católica de Brasília. O projeto tem como objetivo principal capacitar trabalhadoras domésticas para a defesa dos seus direitos e construção ou fortalecimento de sua organização sindical, com base nos direitos humanos. Por isso, tem foco na pesquisa-ação e baseia-se nas perspectivas de uma educação inclusiva e libertadora e nos fenômenos de gênero e raça para redesenhar o cenário de opressão em que vivem as trabalhadoras domésticas no Brasil, compreendendo o fenômeno do racismo-patriarcado-capitalismo. A capacitação das trabalhadoras ocorre por meio de oficinas que as estudantes, professoras da UCB e a Marcha Mundial de Mulheres realizam com as mulheres na Estrutural, numa casa de movimentos sociais da cidade, nas tardes de sábado. O projeto acontece desde 2011 na Cidade Estrutural.
Parceiros da ação: Universidade Católica de Brasília, Estudantes do Curso de Direito e Serviço Social, Marcha Mundial das Mulheres (MMM), do Movimento de Educação e Cultura da Estrutural (MECE) e com o apoio do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAFRO), da Teia do Conhecimento, ambos da Universidade Católica de Brasília, e da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (FENATRAD).
Depoimentos:
Gabriela Veloso Ribeiro, 4º semestre, Direito: O projeto Promotoras Legais Populares pelo Trabalho Doméstico Decente tem contribuído bastante para mim em diversos aspectos. Enquanto acadêmica de Direito a contribuição veio com a leitura de diversos textos acerca de temas como direitos humanos, direitos trabalhistas, trabalho doméstico, tráfico de pessoas, questão de gênero, patriarcado, raça, entre outros assuntos. O grupo realizou também diversos estudos acerca de educação popular, de modo que foi possível aprofundar conhecimentos sobre extensão, a partir da leitura de obras do grande mestre Paulo Freire, compreendendo o significado e a importância da extensão universitária tanto para a comunidade quanto para estudantes. Além disso, o contato desenvolvido com a comunidade ao longo do ano ajudou a despertar a minha atenção para os problemas da sociedade que me cerca, chamando atenção para minha responsabilidade enquanto ser humano. Também contribuiu para a desconstrução de muitos preconceitos, como a ideia de que apenas os membros das universidades seriam capazes de levar o conhecimento à comunidade, foi possível descobrir que, na verdade, não se leva conhecimentos, trocam-se conhecimentos.
Joyce Siqueira, 5º Semestre, Serviço Social: O projeto possibilita sairmos da zona de conforto da Universidade. Ele faz com que você encare a realidade, muitas vezes essa realidade sendo diferente da que vivemos, é um desafio! No projeto PLP-TD aprendemos na prática a lidar com as diferenças e a entender porque essas diferenças existem, aprendemos a fazer uma leitura de realidade, leitura que muitas vezes não adquirimos nas salas de aula, porque não a vivemos. Você passa a notar a realidade e vê-la com outros olhos. A junção da teoria e da prática nos possibilita essa nova visão de realidade, nos faz pessoas mais críticas.
Karin Lisboa, 5º semestre, Direito: Após um semestre dedicando-se às oficinas na Estrutural, as estudantes, perceberam uma evolução não só intelectual como em suas ações. O trabalho no projeto levou-as a buscar cada vez mais o conhecimento e despertou a curiosidade para os problemas sociais. (...) Um exemplo claro dessas mudanças é a participação cada vez maior das estudantes em espaços públicos, expondo seus pontos de vista e buscando soluções através de discussões para os conflitos entre Estado e sociedade. Tais transformações contribuíram para uma postura mais segura e empoderada das discentes, transformando-as inclusive em sala de aula e colaborando para motivá-las no curso de graduação.
Laura Guedes, 4º semestre, Direito: Quanto ao desenvolvimento acadêmico das estudantes, é possível identificar alguns avanços significativos, consequentes a diversas ações. A construção do projeto contou, por exemplo, com dois cursos de formação para os/as estudantes interessados/as. Nestes cursos abrimos a mente para um novo mundo, um mundo que existe, mas que era invisível aos nossos debilitados olhos. Um mundo que poderia existir, mas que nossos pré-conceitos nos impediam de sonhar.
Michelle Carvalho, ex-estudante do curso de Direito: Tanto as mulheres que estão fazendo o curso quanto as estudantes que auxiliam as oficinas estão descobrindo problemas que estavam enterrados na própria consciência coagida pela sociedade machista em que vivemos. Assim, elas vão se sentindo mais fortalecidas para não só expor seus problemas cotidianos, mas também para organizar uma mobilização que possa fazer com que tal situação seja mudada.

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